Segundo BRK, altura do reservatório e tubulação do condomínio são inadequadas e ocasionam o problema
Após ouvir as reclamações de síndicos sobre o abastecimento de água na última reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a Prefeitura quanto aos serviços prestados pela concessionária BRK Ambiental, os membros do colegiado visitaram o condomínio London nesta terça-feira, 9 de abril. O objetivo foi conferir a pressão da água. Na ocasião, o abastecimento estava normal e os representantes da BRK afirmaram que a altura do reservatório e a tubulação do condomínio são inadequadas e são responsáveis pelo problema.
Para averiguar a reclamação, os membros da Comissão, vereadores Helder do Táxi (PSD), presidente; Elias Barbosa (PRTB), relator; João Bano (Solidariedade) e Waguinho da Santa Luzia (PP), estiveram no condomínio, onde foram recepcionados pelo síndico Diego Mussato. Além dos vereadores, participaram da diligência o representante da Prefeitura Reginaldo Joris, chefe de relacionamento legislativo da Secretaria de Obras; e os representantes da BRK Alexandre Leite, gerente de operações; Rogério Lima, gerente comercial; e Mariana Sanches, gerente administrativa contratual.
Demanda do condomínio
Segundo o síndico Diego Mussato na reunião da CPI do dia 26 de março, a pressão baixa no volume de água do sistema dificulta a oferta do recurso para os condomínios, principalmente no Parque London. A fala de Diego na íntegra está disponível em vídeo neste link.
Diego apresentou a infraestrutura do condomínio que possui 208 apartamentos, segundo ele o reservatório do London tem 25 metros de altura e capacidade para armazenar 125 mil litros. Ele esclareceu que a água que vem do cavalete da BRK enche o primeiro estágio da caixa d’água, para o restante é utilizada uma bomba. Outra informação apresentada foi em relação ao consumo diário dos condôminos, são 104 mil litros de água por dia. “Quando falta água a caixa seca por inteiro”, afirmou.
O síndico também pontuou que os maiores problemas enfrentados no Parque London acontecem nos meses de outubro, novembro e dezembro, durante esse período, de acordo com ele, é preciso contratar caminhões pipa para encher o reservatório, o que gera um custo alto para o condomínio e reclamações constantes por parte dos moradores. “Até 2020 não tínhamos problema com abastecimento, mas desde então todo ano é o mesmo transtorno”, descreveu.
Explicações da BRK
O gerente de operações da BRK relatou que após a última reunião da CPI foi feita uma análise diária da pressão da água entregue na região. Segundo ele, a pressão mínima entregue foi de 14 mca (metros de coluna d’água) e a máxima foi de 19 mca, uma média de 15/16 mca dia. Conforme Alexandre, a norma regulamentadora define que a concessionária tem a obrigação de entregar no mínimo 10 mca e no máximo 50 mca. “Nós estamos trabalhando sobre dados e sobre a norma, a BRK está de acordo com o que foi estabelecido e cumprindo com a sua obrigatoriedade”, declarou.
Alexandre alertou que a altura do reservatório do Parque London é inadequada. “Você tem perda de carga porque a tubulação do condomínio é menor. A culpa não é do comprador, do síndico ou da BRK, é da construtora que fez o projeto inadequado”, completou o gerente comercial Rogério Lima.
Sobre o período de outubro, novembro e dezembro apontado por Diego, os representantes da concessionária explicaram que devido às altas temperaturas o consumo aumenta na cidade e podem ocorrer intercorrências de falta de água. “Nesses eventos pontuais o seu reservatório baixa e a altura que ele precisa chegar quando o abastecimento é normalizado ele não consegue alcançar. O problema acontece por uma deficiência interna do condomínio”, argumentou Alexandre.
Os representantes da BRK se colocaram à disposição do síndico para fazer um estudo no sistema hidráulico do condomínio para avaliar quais são os problemas de abastecimento e como corrigi-los. No entanto, Diego explicou que por decisão da maioria dos moradores será construído um poço artesiano no Parque London para que o abastecimento de água não dependa mais da concessionária.
Investimentos
O presidente da CPI, Helder do Táxi frisou, apesar das explicações apresentadas pela concessionária de que o problema no abastecimento de água do Parque London é interno, que os vereadores da Comissão entendem que é necessário mais investimento na região, devido ao crescimento populacional. Sobre isso, os parlamentares questionaram quais são os planos da BRK de investimentos para a cidade.
Mariana, a gerente administrativa de contratos, explicou que todo plano de investimento apresentado pela concessionária precisa ser aprovado pela Agência Reguladora Ares-PCJ e pela Prefeitura, e que um plano foi apresentado pela BRK no dia 1º de julho de 2023 e está em tramitação aguardando a autorização.
Uma reunião extraordinária do colegiado para deliberar pela convocação da Ares-PCJ e da Prefeitura para informar sobre o andamento do projeto foi agendada para a próxima sexta-feira , 12 de abril, às 9h30, na Câmara de Limeira.