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Santa Casa de Limeira : Comissão de Saúde pede esclarecimentos
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Publicado em 01/06/2023

Problemas relatados por munícipes motivaram reunião com representantes

Após receberem reclamações de munícipes sobre a lotação do Pronto Socorro da Santa Casa de Limeira e sobre uma situação de dois pacientes que tiveram que aguardar dentro de ambulâncias para conseguir atendimento no hospital no último sábado, 27 de maio, os vereadores que compõem a Comissão de Saúde da Câmara convidaram representantes do hospital e da Secretaria Municipal de Saúde para prestarem esclarecimentos na reunião desta quinta-feira, 1º de junho.

Estiveram presentes os membros do colegiado, vereadores Dr. Júlio (União Brasil), presidente; Jorge de Freitas (PSD), vice-presidente; e Terezinha da Santa Casa (PL) secretária; o secretário de Saúde, Vitor Santos; e os representantes da Santa Casa, o provedor, Marcos Bozza, o coordenador do Pronto Socorro do SUS, Marcelo Fernandes, o diretor técnico, Luiz Francisco, a superintendente, Veridiana Gonzaga, e o diretor clínico, Inácio Costa. Os vereadores Marco Xavier (Cidadania), Betinho Neves (PV) e João Antunes Bano (Podemos) também acompanharam os trabalhos.

Sobre os casos específicos, o coordenador do Pronto Socorro da Santa Casa informou que não houve qualquer prejuízo à saúde dos pacientes que precisaram aguardar dentro das ambulâncias para serem atendidos, uma vez que eram veículos de suporte avançado, sendo assistidos por médico. Marcelo relatou que, na data do ocorrido, os leitos estavam lotados, inclusive com a necessidade de trombolisar  um paciente adulto com infarto agudo do miocárdio em um leito infantil. Segundo o coordenador, havia ainda quatro pacientes em ventilação mecânica, um no isolamento e os demais setores também estavam cheios.

O coordenador disse que quando surgiu o leito um dos pacientes entrou na Santa Casa para ser atendido, e o outro, por decisão do médico do SAMU, foi encaminhado para o Hospital Humanitária.

O diretor técnico da Santa Casa também se manifestou sobre o caso, segundo ele, o incidente não foi ocasionado por falta de médicos. “A Santa Casa não se negou a prestar o atendimento, mas se o paciente chega ali e não tem onde colocá-lo, se ele está em uma ambulância com um médico, aquele era o melhor lugar para ele naquele momento, do que em um corredor na Santa Casa”, argumentou.

Luiz relatou que desde a manhã de sábado o problema da lotação já havia sido identificado e já estavam buscando soluções como a transferência de pacientes de menor complexidade para outros hospitais e também já tinham avisado às unidades reguladoras que não poderiam receber novos pacientes até a solução do problema. “Não foi falta de médico, o paciente não entrou na Santa Casa naquele momento porque não foi possível atendê-lo, ele foi para a Humanitária e foi bem atendido e está bem, ele não foi posto em risco, e a análise naquela hora, com o paciente dentro de uma ambulância completa, é uma ambulância UTI, com todos os equipamentos necessários e com um médico, ele estava melhor assistido do que se fosse colocado improvisadamente numa maca em um corredor nosso”, afirmou.

Lotação do hospital

Marcelo destacou que a cidade cresceu muito desde a criação da Santa Casa de Limeira há 178 anos. Ele afirmou que o hospital foi criado na época em que a população era de cerca de 180 mil habitantes e hoje são mais de 300 mil, e que além dos pacientes do município, a entidade também tem a obrigatoriedade de atender pacientes de outras cidades da região por meio do SUS, o que gera uma grande demanda no atendimento.

Outro problema relatado pelo coordenador foi em relação aos procedimentos de encaminhamento de pacientes pelo sistema CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) relacionados ao “vaga zero” (situação em que o paciente precisa de um atendimento de emergência em uma especialidade específica e obriga o hospital de referência a prestar o atendimento, mesmo não tendo leito disponível). “Há uma exacerbação de alguns colegas quanto ao quadro clínico do paciente para poder mandar como vaga zero, e quem gerencia o sistema lá em São Paulo não está vendo o paciente, ele está lendo o que está descrito, e quando comunicamos que no momento estamos sem leito, ele escreve: vaga zero, esse paciente chega e cabe a nós procurar um leito para ele, seja na maca, seja onde for, e nós vamos atrás”, pontuou, relatando que o SAMU também tem a prerrogativa de encaminhar pacientes como “vaga zero”, mesmo em casos que o paciente não precise do atendimento de especialidade e possa ser encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade.

Falta de leitos

De acordo com o diretor clínico, em alguns momentos ocorre a falta de leitos, por isso o hospital conta com uma equipe que faz o gerenciamento dos leitos. Ele informou que a Santa Casa não faz somente pronto atendimento, também existe o atendimento de pacientes eletivos e os cirúrgicos de urgência. “Temos uma capacidade muito boa na Santa Casa, mas temos uma demanda excessiva. Aumentou muito, tanto a quantidade de pacientes como a de alta complexidade, das quais somos referência e recebemos pacientes de outras cidades. Acredito que o problema não seja estrutural e sim por excesso de demanda”.

A informação foi confirmada pelo provedor da Santa Casa. Marcos afirmou que a demanda é muito superior à capacidade de atendimento disponível hoje, e que não é uma situação exclusiva de Limeira, é de todo o sistema. “A causa raiz para o problema é a dimensão da nossa estrutura que temos para atendimento dos SUS frente à demanda”.

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