Menu
Mais previsões: Sao Paulo 30 day forecast
Dia de Luta Antimanicomial é lembrado em Limeira
Novidades
Publicado em 18/05/2023
Um evento realizado em frente ao coreto da Praça Toledo Barros, nesta quinta-feira (18), marcou o Dia Nacional de Luta Antimanicomial em Limeira, em sintonia com atividades realizadas hoje em todo o país. Durante a ação, profissionais que atuam nas unidades do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), entre elas, Álcool e Drogas (AD), Infantojuvenil (ij) e Adulto (2), além de pessoas atendidas por esses serviços, distribuíram um informativo sobre o tema e participaram de uma roda de música. 
 
Houve, ainda, uma exposição de quadros pintados por B.G., de 57 anos, que recebe tratamento no Caps AD, há aproximadamente um ano. Com histórico de vida marcado pela internação psiquiátrica compulsória - ficou preso no Manicômio Judiciário de Curitiba (PR) por mais de 25 anos - ele relatou as condições desumanas de tratamento impostas por esse sistema. “Presenciei muitos casos de tortura e de abuxos sexuais, cometidos pelos carcereiros contra os pacientes”, frisou. Ele mesmo revelou que foi vítima de agressão física, ao tirar o boné e mostrar uma profunda cicatriz na cabeça. “Um guarda me atingiu com um pedaço de pau”, disse. 
 
Atualmente casado, trabalhando como jardineiro, ele avaliou positivamente o atendimento do Caps AD, em oposição ao modelo de institucionalização. “O indivíduo que é usário de drogas ou de álcool já vive preso”, salientou. “No manicômio, a pessoa fica longe da família, não tem liberdade de expressão, é considerada um doente”, completou.
 
A psicóloga do Caps ij, Bárbara Martins, comentou sobre os objetivos da atividade. “É importante que as pessoas tenham direito de serem tratadas em liberdade, com garantia da dignidade”, frisou. Ela informou que o Caps ij mantém hoje em dia 160 prontuários ativos, de crianças e adolescentes, porém, desde o início de sua criação no município, a unidade já acolheu mais de 1.200 pessoas. 
 
A Luta Antimanicomial
O movimento de reforma psiquiátrica ganhou impulso no Brasil no final da década de 1970, em plena Ditadura Militar, ao defender os direitos das pessoas com transtorno mental, o fim dos manicômios e o atendimento humanizado. Em 2001, a mobilização exercida pelos trabalhadores da área culminou com a promulgação da Lei 10.216, do então deputado federal Paulo Delgado.
 
A legislação determinou que a política de saúde mental no país passasse por uma reestruturação, com o fechamento de leitos em hospitais psiquiátricos e o desenvolvimento da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), oferecendo serviços abertos, comunitários e territorializados. 
 
Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), havia na década de 1980 cerca de 100 mil leitos em hospitais psiquiátricos, também chamados de hospícios ou manicômios. Com a aplicação da Reforma Psiquiátrica e o desenvolvimento da Raps, que inclui as unidades do Caps, esses leitos foram gradativamente fechados. Atualmente, existem pouco mais de 10 mil leitos no país. 
 
CAPS 3
Em Limeira, a rede de atendimento está em fase de ampliação, com a reforma do antigo imóvel do Ambulatório de Saúde Mental, que será transformado em Caps 3. O serviço atenderá pacientes de todas as faixas etárias com transtornos mentais graves e persistentes, funcionando 24 horas, inclusive aos fins de semana e feriados. Serão disponibilizadas 14 vagas (leitos de acolhimento, observação e internação). 
 
SERVIÇO
Em Limeira, a Raps é integrada pelas seguintes unidades:
- Caps 2 - Rua Treze de Maio, 82 - Tel. 3443-3432
- Caps AD - Rua Vicente de Felice, 112 - Tel. 3443-4428
- Caps ij - Rua Samuel Chequi - 355 - Tel. 3444-3892
- Centro de Terapias Integradas - Rua Dr. Alberto Ferreira, 105 - Tel. 3442-5972
- Leitos de Emergência Psiquiátrica - Hospital Humanitária - Av. Doná Antônia Valverde Cruãnes, 70 - Tel. 3446-7700
Comentários